Esta é a história de um coelho periodista empenhado em se aproximar, o máximo possível, da verdade dos fatos. Sua vocação era a de pesquisar.
Logo reparou que, para se aproximar a essa verdade que tanto procurava, necessitava analisar a evidência por conta própria.
Deixar de ser um coelho perseguindo as cenouras com as que suas fontes, às vezes mal nomeados peritos, tratavam de seduzir seu olfato noticioso.
Isso o deixava muito chateado porque sabia que o jornalismo se baseia na evidência e não queria dedicar toda sua vida a compilar citações e opiniões sobre o que suas fontes quisessem lhe dizer.
Assim que teve uma ideia que o entusiasmou: decidiu aproveitar seu direito de acesso à informação e o movimento de dados abertos para acessar a base de dados e realizar suas próprias análises. E encontrar, assim, notícias de interesse público.
Nosso amigo encheu-se de poder:
Porque não pegar os dados de uma pesquisa ou os de qualquer instituição pública e analisá-los por conta própria? Assim posso me certificar se é certo o que minhas fontes me dizem.
Para realizar bem seu trabalho aprendeu a usar folhas de cálculo, fazer operações básicas de matemática, utilizar princípios de estatística e a analisar a informação em tabelas dinâmicas. Também aprendeu a criar gráficos e a apresentar a informação visualmente.
Quando obteve os resultados de suas análises, aplicou-lhes um rigoroso processo de revisão porque entendia que os números são como o fogo e devem ser bem usados. Um erro com as cifras poderia acarretar danos a terceiros que o coelho periodista sempre quer prevenir.
Também não se esqueceu de sair às ruas a exercer sua função de repórter, de indagar como essas conclusões numéricas impactam a vida das pessoas.
Assim foi como este coelho periodista se converteu em um pesquisador com base na análise de dados. Hoje em dia vive nesta cidade, onde compartilha conhecimento e se orgulha também de sua vasta plantação de cenouras orgânicas.